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CIRURGIA DA OBESIDADE COMORBIDADES ASSOCIADAS À OBESIDADE

Indivíduos com o dobro de peso em relação ao seu peso ideal tem o dobro de possibilidade de morte súbita e/ou precoce em relação aos indivíduos com peso saudável.

O risco de doença é significativamente maior, bem como o risco de morte por diabetes ou ataque cardíaco é cerca de 5 vezes maior no Obeso Mórbido.

Dentre as comorbidades associadas à obesidade podemos citar:

Hipertensão Arterial Sistêmica

Inúmeros estudos demontram que a obesidade é um importante e independente fator de risco para a hipertensão. Estudos populacionais mostram que a prevalência da hipertensão dobra em adultos jovens (20 a 39 anos) e é , pelo menos 50% maior em adultos mais velhos (40 a 64 anos) com excesso de peso, quando comparados com indivíduos de peso normal. No estudo de Framingham, 70% dos casos de hipertensão em homens e 61% em mulheres foram diretamente atribuídos à obesidade. Neste estudo foi calculado que para cada kg de peso ganho, a TA Sistólica eleva-se, em média, 1mmHg. O ganho de peso parece ser o principal determinante do aumento dos níveis pressóricos que ocorrem com a idade. Apesar desta associação, a patogênese da hipertensão pela obesidade ainda está obscura.

As evidências de que a pressão arterial diminui com o emagrecimento são unanimidade. A redução de peso é a medida não farmacológica mais efetiva para controlar a hipertensão, e mesmo reduções modestas de peso têm diminuído significativamente a pressão. Em estudos de tratamentos anti-hipertensivos, intervenções de curto prazo e de longo prazo com reduções de peso de apenas 3 a 5 kg, resultaram na normalização dos níveis tensionais em pacientes com hipertensão leve. Perdas de peso discretas diminuem a TA de magros hipertensos, obesos hipertensos e obesos normotensos. Para cada kg de peso perdido, a diminuição da TA varia de 0,3 a 1 mmHg. A redução pressórica é aditiva àquela obtida com uso de anti-hipertensivos, possibilitando, muitas vezes, a redução ou até mesmo a retirada da medicação.

Diabete Melito Tipo II

SAIBA MAIS A Cirurgia Metabólica que  tem se mostrado eficaz na redução
das comorbidades bem como na remissão do Diabete Melito Tipo II.

A incidência está aumentando acentuadamente e estima-se que haja 150 milhões de portadores no mundo. No Brasil, aproximadamente 7% da população. é portadora de diabete. A patogênese não está bem elucidada, mas certamente há fatores genéticos e ambientais envolvidos. Como os genes são os mesmos, atribui-se o aumento da incidência do DM II a fatores ambientais: diminuição da atividade física e o excesso de alimentos. Ambos levam ao aumento do peso, que, por sua vez, está associado ao diabetes em ambos os sexos e em todos grupos étnicos. O risco de desenvolver DM II aumenta com o grau e duração da obesidade e com uma distribuição mais central da gordura corporal. O risco relativo de desenvolver DM II aumenta na medida em que aumenta o IMC. Assim sendo, para um IMC de 35 kg/m², o risco aumenta 40 vezes, ou 4000%. Para um IMC maior que 35 kg/m² o risco aumenta 60 vezes ou 6000%. Mais de 80% dos DM II podem ser atribuídos ao excesso de peso. Um ganho de 20 kg aos 18 anos aumenta em 15 vezes o risco de diabete. Uma diminuição de 20 kg reduz tal risco a praticamente zero.

No Swedish Obesity Study, Sjostrom (8) observou que o diabetes estava presente em 13 a 16% na primeira consulta dos indivíduos obesos. Destes, os que foram submetidos à cirurgia bariátrica (bypass gástrico), 69% que inicialmente tinham diabete foram curados e apenas 0,5% dos que não tinham diabete naquela primeira consulta, desenvolveram esta doença. Uma redução 5 a 11 kg de peso reduz em 50% o risco do DM II desenvolver-se. Esta patologia praticamente não existe com perdas de peso maiores que 20 kg ou IMC menores que 20 kg/m².

Dislipidemia

Hipertrigliceridemia e HDL baixo fazem parte da síndrome plurimetabólica e são frequentes em indivíduos obesos. Há incremento no colesterol total e LDL. Tais alterações são encontradas em todas as faixas etárias, sendo importante suas dosagens em crianças e jovens obesos.

A perda de peso por meio de dieta hipocalórica pobre em ácidos graxos saturados e colesterol, aliada à atividade física, constituem a principal forma de tratamento.

Artroplastias (problemas na coluna vertebral, quadril, joelho)

O obeso têm muitas dores em seus quadris, pés e costas. Estas dores pioram tanto quanto progressivamente ganham peso. A dor articular é extremamente comum em pacientes obesos.
A dor em joelhos e quadris é diretamente relacionada ao trauma nas articulações provenientes do excesso de peso.

Além disto, as patologias da coluna vertebral, frequentemente se originam e/ou se agravam devido ao excesso de peso corporal.

Doenças Músculo-Esqueléticas

A teoria biomecânica sugere que a obesidade leva ao aumento da pressão e da força sobre as articulações, resultando na ativação dos mecanismos de degradação da cartilagem articular, esclerose do osso subcondral e formação de osteófitos. Outra teoria é de que algum fator metabólico (leptina, dislipidemia, resistência à insulina, diabete melito, estrógenos), afetaria as estruturas articulares, estimulando o desenvolvimento da osteoartrite.

Tromboembolismo

Fator importantíssimo dentro do assunto Risco Cirúrgico versus Obesidde Mórbida é a prevenção e o tratamento dos Tromboembolismos. A Trombose Venosa Profunda (TVP) é a oclusão parcial ou total do sistema venoso profundo, principalmente nos membros inferiores. O Tromboembolismo Pulmonar (TEP) é uma cascata de fenômenos cardio-respiratórios consequentes a transferência de um trombo originado do sistema venoso periférico ou do coração, condicionando o quadro de oclusão da artéria pulmonar ou seus ramos . TVP e TEP são manifestações do tromboembolismo venoso e tem relação direta com a Obesidade.

O principal motivo para fazer a prevenção da TVP é evitar o risco de embolia pulmonar, uma das principais causas de mortalidade em cirurgia bariátrica. O método mais efetivo de tratamento de TVP e TEP é a correta profilaxia, o que também é o melhor tratamento na relação custo benefício.

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de tromboembolismo venoso são: idade maior do que 40 anos, infecções graves, cardiopatia isquêmica, traumas, uso de estrogênios, imobilizações prolongadas, anemia, uso de corticóides, hiperlipidemia, hepato e nefropatias, poliglobulias, trombofilia, TVP prévia, doenças neoplásicas, varizes em membros inferiores e o que mais se relaciona ao objeto de nosso estudo: OBESIDADE, anestesia geral e cirurgias prolongadas.

Doença Cardiovascular / AVC

A obesidade foi determinada como fator de risco para doenças cardiovasculares em 1983, por Framingham. Seu estudo, com 5.209 homens e mulheres, durante 26 anos, revelaram que a obesidade é fator de risco independente para doenças cardiovasculares.

Estudos demonstram que a relação entre o peso no exame inicial e o peso ideal de cada indivíduo, tem valor preditivo no que diz respeito à incidência de doença coronariana, morte decorrente desta e insuficiência cardíaca em homens, independente da idade, níveis de colesterol, pressão arterial sistólica, tabagismo, hipertrofia de ventrículo esquerdo e intolerância à glicose. Os dados mostram, ainda, que a obesidade tem valor preditivo para a ocorrência de doença cardiovascular a longo prazo, principalmente nos indivíduos com idade inferior a 50 anos. Além disso, o ganho de peso durante a vida adulta aumenta o risco de doença cardiovascular em ambos os sexos, independentemente do peso inicial ou da presença de outros fatores de risco.

É importante salientar a associação entre obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial, intolerância à glicose e hipertrofia ventricular esquerda. Framingham, demontrou que apenas 8% dos homens e 18% das mulheres com excesso de peso acima de 30% do ideal, mostravam-se livres destes importantes fatores de risco cardiovascular.

Vários estudos demontraram que a obesidade contribui para o risco de AVCs. Em uma população de 28.643 profissionais da saúde do sexo masculino entre 40 e 75 anos de idade, observada durante 5 anos, ocorreram 118 AVCs, dos quais 80 foram isquêmicos. Neste estudo, a obesidade visceral mostrou-se fator preditivo melhor de AVC do que o IMC.

Colecistopatia Calculosa

Colelitíase freqüentemente se associa à obesidade. O ditado “gordura, sexo feminino, fertilidade e 40 anos”, descreve os fatores epidemiólogicos geralmente envolvidos na colelitíase. Fato bem demontrado no Nurses`Health Study, que avaliou 90.000 enfermeiras.

Quando o IMC é menor de 24 kg/m², a incidência do cálculo de vesícula biliar clinicamente sintomático é de aproximadamente 250 por 100.000 pessoas por ano de seguimento. A incidência aumenta paralelamente ao aumento do IMC, aumentando abruptamente quando o IMC excede 30 kg/m², chegando a um risco 7 vezes maior, quando o IMC é maior que 45, em relação a mulheres não obesas.

Durante a perda de peso, a possibilidade de formação de cálculos aumenta em 10 a 20%, devido o aumento do fluxo de colesterol através do sistema biliar. Em pacientes submetidos a tratamento cirúrgico para a obesidade, ou a dietas de baixíssimas calorias, com perda de peso muito rápida e significativa, ocorre aumento importante na incidência de colelitíase. Dietas pobres em gorduras ocasionam uma hipomotilidade vesicular, com conseqüente diminuição do seu esvaziamento. Dietas com quantidades moderadas de gordura (10 a 30g/dia), que estimulam a contração da vesícula biliar podem diminuir o risco da formação de cálculos.

Doença do Refluxo Gastro Esofágico

A obesidade é considerada fator etiológico da DRGE. O mais provável é que esses indivíduos apresentam um aumento da pressão intra-abdominal, que favorece o refluxo. Vários estudos mostram que 60 a 70% destes pacientes têm hérnia de hiato. Tais estudos abordaram que a obesidade levaria à hérnia de hiato, que seria o evento primário para romper o mecanismo normal anti-refluxo. A perda de peso é recomendada para alívio dos sintomas de refluxo e esofagite de refluxo.

Esteatose Hepática

A incidência da esteatose em indivíduos obesos varia de 60 a 90%. Em indivíduos com IMC maior que 40 kg/m², um estudo mostrou 2% de fígados normais, 56% de fígado com infiltração gordurosa e 42% com infiltração gordurosa associada a fibrose ou cirrose. A hiperinsulinemia pode ser o principal fator etiopatogênico, pois a insulina inibe a eliminação hepática de ácidos graxos e favorece o acúmulo deles e triglicerídeos nos hepatócitos. Dosagens de transaminases devem fazer parte da rotina na investigação laboratorial dos obesos. Quando alteradas, a avaliação deverá ser complementada com ecografia abdominal. Caso esses exames demonstrem esteatose, o paciente obeso deverá ser convencido a perder peso. Com a redução do peso, há uma regressão importante dos depósitos de gordura no fígado e normalização das transaminases.

Alterações Ginecológicas

As alterações ginecológicas mais frequentes são:
• Síndrome do ovário policístico
• Irregularidade menstrual
• Infertilidade
• Incontinência urinária

Doenças Neoplásicas

A obesidade em homens está relacionada com Câncer de prostata e de cólon. Em mulheres, com Câncer de vesícula biliar, colo de útero, endométrio, ovário e possivelmente mama. Aquelas com mais de 35% acima do peso ideal têm 55% de chance a mais de desenvolverem estes tipos de câncer em relação às mulheres com peso saudável.

Distúrbios Respiratórios e Apnéia do Sono

Apnéia obstrutiva do sono e distúrbios respiratórios: Alterações da função pulmonar, em indivíduos sem doença de base pulmonar, somente acontece naqueles com obesidade muito importante.

A síndrome da apnéia do sono é definida como uma parada da passagem de ar pelas vias aéreas superiores com duração mínima de 10 s, as quais ocorrem durante o sono e inúmeras vezes.

É uma doença crônica, progressiva, incapacitante, com alta mortalidade e morbidade.Sua prevalência é de 9% na população masculina (30 a 60 anos) e de 4% na feminina após a menopausa. O sexo masculino é mais afetado pelas diferenças anatômicas, fatores hormonais e, distribuição da gordura centrípeta. Em obesos mórbidos, sua incidência é maior que 50%. Os roncos estão presentes em 90% dos casos desta síndrome. Outros sintomas são: sonolência diurna, cansaço, irritabilidade, dificuldade de concentração, sintomas depressivos, déficits neurocognitivos, cefaléia matinal, diminuição da libido, alterações de personalidade e comportamentos automáticos.

Algumas Psicopatias, Incluindo a Depressão

Depressão é muito comum em indivíduos com obesidade mórbida que estão frequentemente inaptos a participar de atividades sociais e interação sexual. Quando o tratamento para sua perda de peso obtém sucesso, muitos pacientes apresentam uma melhora significativa no seu bem estar e na sua autoestima com concomitante resolução de sua depressão.

COORDENAÇÃO DR. RENATO SOUZA

Responsável técnico do CITOM - Centro Integrado de Tratamento da Obesidade e da Cirurgia Metabólica do Hospital Divina Providência, é mestre em Cirurgia Geral, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (TCBC), membro qualificado e titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica (SOBRACIL), membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e membro da International Federation of Surgery of Obesity (IFSO), já realizou mais de 7.000 cirurgias bariátricas.

SAIBA MAIS

AGENDAMENTO DE CONSULTAS

Na consulta com o cirurgião bariátrico será feita uma avaliação preliminar que poderá definir se existe indicação de cirurgia para o paciente.

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CÁLCULO DO IMC

O Índice de Massa Corporal (IMC) de um paciente é calculado dividindo o seu peso pelo quadrado de sua altura em metros. Um IMC normal ou saudável se estabelece entre 18 e 25. Uma pessoa com IMC maior que 25 é considerada com sobrepeso. Uma vez com IMC de 30, a pessoa é considerada obesa.

A Organização Mundial de Saúde e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica consideram um IMC de 40 ou maior Obesidade Severa, também chamada de Obesidade Mórbida ou Obesidade Clinicamente Grave.

Os indivíduos obesos apresentam um risco aumentado para várias doenças incluindo hipertensão, doenças cardíacas e diabetes. O risco destas doenças se eleva quanto maior for o grau de obesidade.

O número anual de mortes na América do Norte atribuídas a obesidade é entre 280.000 e 325.000. Por causa da obesidade, existe um risco de morte aumentado para 2 a 3 vezes.

OBSERVAÇÃO:

É importante consultar um especialista, pois o IMC não analisa as proporções de músculos, gordura, ossos e água no corpo.
Fonte ASBS.